Em conversa com uma Professora do 4º ano reparei na farsa que são as provas de aferição dos alunos de 4º ano. Tal como noticiado pela imprensa todos os alunos desse ano fazem prova de Língua Portuguesa e Matemática que em nada os afecta no percurso escolar, as provas apenas têm um objectivo, verificar se as matérias estão a ser apreendidas. Ao ser-me mostrada as ditas provas e as suas correcções foi o que me fez dedicar algumas linhas deste espaço às mesmas, especialmente, a prova de matemática.
Passo a explicar, a prova de matemática ao ser corrigida tem vários códigos que são atribuídos consoante o tipo de resposta dada pelas crianças. Por exemplo, têm um problema em que uma balança com uma melancia e duas latas marca 1500g, sendo que a melancia pesa 1200g, quanto pesam as latas? A resposta correcta seria, 300g. Na matemática supõe-se que a resposta ou esteja correcta ou errada. Mas nestas provas mesmo errando é possível consoante o tipo de erro ser-lhe atribuído um código que posteriormente se transforma em valores. Em problemas matemáticos ainda se poderá, eventualmente, colocar esta hipótese, agora numa simples conta de "315-21=" a resposta correcta e aceite apenas seria 294! Mas não, se o aluno executar bem a conta mas se enganar-se num número atribui-se um código, se errar doutra forma, outro código...e assim sucessivamente, ou seja, nunca está totalmente errado!
Assim escrito parece confuso, mas a realidade é que estas provas apenas servem para que no final das correcções apareçam nas notícias, "Alunos portugueses melhoram os resultados de matemática"...ora bolas, assim qualquer um consegue ter sucesso escolar. Mas este sucesso apenas é isso mesmo, aparente, porque as bases continuam a faltar e ao nível da UE começamos a ser vistos com outros olhos, mas os nossos alunos continuam a proliferação da burrice.
Estou claramente revoltada!! Já não bastavam os meninos protegidos pelas leis das Necessidades Educativas Especiais (NEE) que os permite irem passando, o que faz com que os ditos "alunos inteligentes" se encostem à sombra da bananeira porque vêm os das NEE a passar sem esforço e a pensarem que também não precisam de o fazer.
Gostava de perguntar ao Sr. Sócrates se pretende que os alunos de hoje se transformem no pseudo-engenheiro que ele é?!