segunda-feira, janeiro 31

Quem disse que crescer era fácil, não ponderou seriamente ainda sair de casa. Claro que sair da casa tem a maior das graças tendo em conta tudo o que tem que se escolher e optar. Mas as opções nem por isso são levadas de ânimo leve. Tem que se ponderar, considerar as hipóteses e pesar todas as opções. Decisões são mais que muitas que vão além do nosso plano altamente planeado (redundância, mas realidade). Balanço mais que positivo, pois a companhia para partilhar a vida não podia ser melhor. Só faltava agora encontrar "a" casa, aquela que nos pisque o olho e nos faça sentir verdadeiramente em casa. Essa casa chegará (espero?!) só temos de procurar melhor e palmilhar um bocado.

sábado, janeiro 29

A evolução do gosto masculino por veículos ao longo da sua vida

Sendo este género claramente um aficionado por tudo que tenha rodas e ronque ao longo do tempo tenho aprimorado as minhas conclusões sobre este assunto. Basta passar algum tempo no trânsito para se compreender o tipo de indivíduo atrás do volante de acordo com o tipo de carro que conduz. Generalizações? Pois claro, que eu adoro fazê-las de vez em quando. Claro está que existem sempre excepções, mas...
Inicialmente, o indivíduo recentemente "cartado" é comum ver-se ao volante de um carro já perturbado pelo tempo, sendo que muitas das vezes, há uma tentativa de o rejuvenescer tentando-o converter num avião e acabam por o transformar no aterrador xuning. Eu acredito que este tipo de adaptação é semelhante à altura em que os rapazinhos usam canetas como armas de bolinhas de papel banhadas em cuspo, que nos carros acabam simplesmente por se transformarem num 4 rodas de muito mau gosto e poluição sonora. 
Entre os 20 a 30 anos, altura em que entra no mundo de trabalho e vai juntando uns trocos lá vai trocando de carro, sendo na maioria a troca por carros citadinos, práticos e mais ou menos ostensivos, mas na qual já não se envergonham por passearem lá com as suas miúdas. 
A partir dos 30 anos surge um fenómeno relativamente recente, com o crescer da família, sacos de compras e viagem a aumentar em dimensão e número, brinquedos, cadeirinhas e restante parafernália que o aumento da família acarreta, o indivíduo alfa acaba por sentir-se na obrigação quase ritualista de passagem para a definitiva fase adulta no momento que substitui o seu carro jovem por um monovolume ou carrinha. Neste carro a maioria das vezes os indivíduos vivem frustrados pela falta de potência da viatura que já não chama a atenção das miúdas como outrora, e que as conduzem somente para não ouvirem as mulheres a reclamarem por não terem um carro que consiga levar os pirralhos e a catrefada de sacos do supermercado.
Pelos 50 anos, com os filhos a começarem a sair de casa e deparados com o envelhecer é a altura em que sentem a necessidade de um desportivo vistoso, no qual se voltam a sentir garanhões capazes de fazer qualquer miúda de 20 anos virar o pescoço.
A partir dos 60 e tal anos, altura em que surgem os netos, começam a conformar-se que não há volta a dar no que toca ao tempo e lá se decidem por um qualquer carro clássico e elegante que marque a sua posição enquanto avô cheio de classe.
...Como tudo na vida, existem excepções, mas passem a olhar para o vizinho do carro ao lado e perceberão do que falo, até se percebe quando os homens andam com o carros das filhas/esposas. Basta observar.

terça-feira, janeiro 25

Eu continuo a querer conhecer e perceber o senhor que está preso no seu próprio corpo. Numa das nossas conversa fiquei a saber que o Sr. J adorava poesia e até mesmo declamá-la. Frustrado como nunca o tinha visto, vejo a sua tristeza misturada com uma pitada de raiva perante a sua nova condição que o impede de tal actividade. Descubro entre alguns, um dos seus poetas preferidos, Florbela Espanca. Num acto apenas de o mimar trago-lhe Charneca em Flor e assim que pousa o seu olhar na folha branca é poesia, literalmente. Declama-me o poema num murmúrio incompreensível, mas cheio de sentimento, entoação e muita paixão. Parece uma qualquer língua que não o Português, mas é uma vitória. Toda eu rejubilo, abesbílica com a cena incrível que tive a honra de presenciar. Seguro com muita força as lágrimas de emoção que tendem em cair, controlo os braços para não soltarem um abraço. Toda eu sou felicidade, toda eu me controlo. O que para a maioria parece nada de especial, para mim é e será sempre, brutal. O meu melhor momento enquanto Terapeuta, e talvez mesmo enquanto ser. Ao fim destes meses a ouvir sempre o mesmo disco riscado que varia entre o "papapapa" e o "caicaicai" oiço outros sons a saírem da sua boca, na realidade, oiço a sua verdadeira voz pela primeira vez. Quero abraçá-lo e não posso. Ele termina de ler e trocamos um olhar que ainda hoje está marcado, aqueles olhos azuis perante o sucedido esboçam um sorriso de felicidade pura. Ainda incrédula peço-lhe que o repita e ele fá-lo novamente, como se lesse em russo e eu absorvo cada um dos sons produzidos por si. Apetece-me gritar a todas as pessoas para que o presenciem, mas tal não é possível. Voltámos a ler outro poema e voltei a ver aquele brilho no olhar que julgava ser inexistente.

Meu número preferido hoje...5

terça-feira, janeiro 18

Our Wishlist

A pedido de algumas famílias aqui fica a nossa lista mais detalhada de coisas que precisamos, de primeira necessidade para a nossa sobrevivência...que é como quem diz, não vivermos de comida congelada comida com talheres de plástico. Assim sendo, aqui vai:

Panelas desta colecção, já temos uma, mas precisamos de mais...até porque contamos poder convidar-vos para comerem dos nosso belos pratos feitos a quatro mãos.
Talheres, esses já antes aqui referidos, são estes, quem quiser está à vontade...aceitamos o número que nos queiram dar...descarada? Pois, nos dias que correm tem mesmo de ser.

domingo, janeiro 16

Hoje, detesto-me!!!!

sexta-feira, janeiro 14

Hoje (FINALMENTE) é sexta-feira, mas ainda existe o sábado. Irra que esta semana nunca mais termina. Isto de trabalhar mais horas do que estipulado por lei mata uma pessoa. Hoje sinto-me como se tivesse sido torturada por macacos que depois me colocaram numa linha de comboio onde fui atropelada e após isso, fui atropelada por uma manada de rinocerontes. Quero férias, desesperadamente! Ainda para mais o corpo, esse está todo escavacado, reflexo de andar a ser maltratado e de stress acumulado.
Sexta-feira, chega ao fim, por favor................

quarta-feira, janeiro 12

Em vias de ajuntamento, deparamo-nos com o custo da vida. Há quem diga que é "bem feito" para darmos valor ao que a vida custa, mas na realidade nada mais queríamos que comprar coisinhas para nós que não fossem um absurdo. Já alguém se deu conta do preço dos talheres? Talheres...esse objecto de auxílio para a nossa alimentação, que não passa de uma evolução desde a época medieval. E já nem falo do preço de panelas e tachos, copos e etc etc etc. Mas não será uns euros que nos irá demover desta nossa decisão. De qualquer das formas caso alguém nos queira presentear temos uma lista organizada do que precisamos, basta que nos contactem...atrevida? Pois, alguém me disse há dias que nunca se diz que não!

terça-feira, janeiro 11

Tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo, tanta coisa para pensar e apenas queria algum feedback, mas daquele bom, neutro agora é dispensável. Crescemos e damos-nos conta da agitação que é a passagem para a vida de adultos. Isso ainda me assusta, mas não me entristece, apenas queria que determinadas pessoas conseguissem acompanhar o meu passo, que é como quem diz, o meu entusiasmo. Que não é fácil eu também sei disso, é uma pseudo-ruptura para todos, mas...
...não poderia ser mais fácil?

sexta-feira, janeiro 7

Parvos e Mimados

Nem tudo são abracinhos, beijinhos, vitórias e dificuldades superadas. Ser Terapeuta é também aturar birras e má-educação. Mas as birras são por norma pontuais e caracterizadas por ataques de mau génio. Agora má educação?? Essa não tolero, por nada. 
Na minha curta experiência já tenho alguns momentos que ficarão para a história, se ontem de manhã aturei um insolente a dizer "paciência" face à recusa de ajuda e que trabalhasse hoje tive uma amostra de peste. Não é que o miúdo se lembrou de me riscar a mesa com marcador e ainda me manda limpar a mim?! Deves!! Mesa limpa e apenas (saliento "apenas") falta deitar o papel de limpeza no lixo...tarefa fácil. Not, pois demorou cerca de 10 minutos, sendo que o fez somente por que o obriguei a tal, que é como quem diz peguei no braço dele e fi-lo executar o meu pedido, depois de várias tentativas educadas. Mas o que me tira realmente do sério são duas coisinhas:
- o ar de gozo que permaneceu do princípio ao fim que me faz desejar ser uma pessoa violenta;
- quando há episódios destes e explico à mãe ou à irmã o episódio é sempre desculpado com "a esta hora está cansado"...Porra para a treta da conversa, para não dizer pior. Tenho miúdos que vêm mais tarde e que trabalham sem levantar ondas. Não é personalidade e resistência ao cansaço é educação, formação, ou melhor, falta dela e falta de alicerces para fazer daquele pirralho de 6 anos uma pessoa que sabe estar em sociedade. Se há miúdos a quem queria dar "alta", este é um deles.
Quem gostaria de estar preso num corpo, no seu próprio corpo?
Eu não, certamente.
Olho para o Sr.J e vejo claramente alguém preso num corpo, com o qual nada faz senão existir. É isso que ele faz e que ele sente, que somente existe. Eu não sei isso porque mo tenha dito, mas porque mo transmitiu numa comunicação que neste momento é só nossa e que eu gostaria que fosse de todo o mundo, ou pelo menos só do seu mundo. Preso a uma cadeira de rodas é relativo, quando se está preso dentro do nosso cérebro, com uma impossibilidade imensa de comunicar, falando ou escrevendo. Sendo que este ultimo meio o utilizado por nós limita a comunicação, pois a sua escrita é debilitada e com muitas lacunas, consequentes de outras dificuldades. Ele escreve, eu suponho, mando respostas para o ar, por vezes acerto, por vezes (mais do que as desejáveis) erro redondamente, ele fica frustrado, eu não desisto, ele continua frustrado e entristece profundamente, eu não desisto mas já de nada vale, ele está aprisionado! Nessas alturas, tal como já lho disse, gostaria de ter um comprimido milagroso que o pusesse a falar em vez do constante "cai cai", ou agora a única evolução até à data um "papapapapapa". Perdeu a capacidade do seu cérebro controlar o seu corpo para falar, ele não fala, esforça-se comigo porque eu sei que ele ainda vê em mim a esperança, tento transmitir-lhe cada dia que estamos juntos, nem sempre sou bem sucedida. Ele chora, eu desespero por não ter soluções rápidas. Melhoras,...., prefiro não falar sobre isso sequer senão amanhã desisto imediatamente. As nossas conversas são triviais, quem nos oiça só ali vê um monólogo, mas eu vejo um diálogo. Por vezes estamos em frequências de onda diferentes, mas lá nos vamos entendendo com trivialidades do dia-a-dia, muitas das vezes sem conteúdo num assunto já muito batido porque o silêncio esse é de fugir. O que eu gostava? Gostava que ele tivesse a capacidade de se exprimir sentimentalmente, não apenas se tem dores, se o FCP ganha, mas que me mandasse dar uma curva, se ficasse irritado comigo, se ficasse feliz por uma pequenina felicidade. Um dia veio feliz porque recebeu um presente, eu fiquei feliz por ele, mas fiquei frustrada por não compreender toda a história por detrás do presente que ele me tentava contar. Ele não soube disso, pois estou já mestre em demonstrar compreensão na ausência da mesma. Eu queria que ele falasse com o resto do mundo e que o resto do mundo tivesse a mesma disponibilidade que eu tenho para pelo menos o tentar compreender. Porque há dias maus, muito maus, em que vem frustrado e só quer desaparecer e parar de viver por não falar com ninguém. 
Porque está preso num corpo no qual já não se reconhece e no qual ninguém perde tempo para o conhecer.

terça-feira, janeiro 4

O Facebook está de facto a tornar-se assustador...dias antes do final do ano acedi a uma daquelas aplicações em que adivinha o que me acontece em 2011. O meu dizia que iria iniciar o ano no hospital. Pois bem tinha razão de certa forma. Dia 2 decidi involuntariamente dar uma pequena queda on ice, resultado, após dois dias decidi ir ao hospital visto não estar a suportar as dores. Alguma espera, raios-x, injecção na nalga e algum soro depois chega-se à conclusão de apenas uma contractura.
Uf...do mal o menos, mas que o Sr. Facebook tinha razão tinha. Scary!!!
Agora vou dar aqui uns calores e esticar-me que hoje estou toda carcomida.

segunda-feira, janeiro 3

Estou a modos que confusa, sem saber bem porquê sinto-me dada ao stress, como se algo em particular tivesse ou está para acontecer. Na realidade nada de mais, talvez alguma ansiedade com o início da semana onde existem sempre stresses de ultima hora, porque se esqueceu de esclarecer isto, porque falta acertar aquilo...ai, ainda hoje é segunda e já estou a torcer fortemente pelo fim-de-semana. Acho que vou virar costas a tudo isto e tomar um banho para relaxar, não estou dada a grandes pensamentos hoje!