Nada como aguardar pela 1h e tal para nos levantarmos e baixarmos o volume da tv da little sister. Claro está que ao regressar à cama, ainda ensonada me esqueça dos caixotes que povoam o chão do meu quarto e dou a queda do ano. Tropeço numa caixa, ao meu lado vejo uma trave da cama e acabo de cara chapada no chão. Rapidamente me levanto e deito-me sobre a cama a pedir ajuda. Rico sistema nervoso o meu que perante tanto sangue que escorre pela minha mão não me deixa sentir dor. De onde vem este sangue não sei, mas a cara de quem me rodeia é de algum choque e perplexidade perante tamanho disparate. Sigo para a casa-de-banho e apercebo-me do golpe imenso que tenho no meu queixo. Agora sim o corpo entra em choque e as palavras saem aos soluços assustando os restantes. Segue-se para o hospital, ortopedia diz que apesar da dor no pescoço e nuca será apenas muscular (será?...espero bem q sim), enviam-me para outro hospital para a cirurgia plástica...requer pontos. Eu em pânico, a ideia de agulhas e rosto não é assim algo que me apetecesse fazer às 2h30 da manhã. Chego ao HSJ e lá vou eu ser cozidinhas, 3 pontos que me chegaram pela vida inteira. Hoje as dores estão mais por aqui. Falar custa...e só eu sei como tenho de controlar para não estragar o trabalho da "sô dotora", o pescoço, clavicula e afins lá se vão aguentando, os dedos estão arranhados do encontro imediato (que não recordo) com a parede. Irra, posso referir uma vez mais, só comigo!!!

Estamos cansados, com trabalho em atraso, com as mãos rebentadas, as unhas todas escamoteadas, corpo dorido...tanta coisa, mas no fundo ficam os nossos olhares de felicidade em pleno. 

Móveis montados, obrigada especial ao JP e ao SA. Falta o sofá que esse ainda falta para chegar. Carregámos muita coisa, mas finalmente é real, começa a ganhar forma algo por nós há tanto ansiado.

Creio poder falar pelos dois, mas estamos felizes.

Está aberta a época dos relatórios

Há já alguns dias que ando afogada em papéis, post-its, notas na agenda, mil coisas na cabeça e já ando a enlouquecer. Talvez porque a cada ano que passa na época dos relatórios decido esticar cada vez mais a corda. Desta feita, tenho na minha cabeça. relatórios dali para fazer, relatórios de acolá para fazer, miúdos do fim do mundo para avaliar, tenho que perder tempo a procurar umas escolas para avaliar mais uns quantos, aí pelo meio tenho de ir tirar os pêlos faciais antes que seja confundida com o abominável Homem das neves, algures no tempo tenho de encaixotar, comprar e organizar coisas para a mudança, tenho que mandar mail à X, ao Y e ao Z, inscrever naquilo, pagar isto, perguntar aquilo, preparar coisas para ali, comprar aquilo para trabalhar com o outro, enviar isto para aquele pai, almoçar em pé de tigela de sopa na mão que já vem pouco aquecida para não se perder tanto tempo, jantar-se porque assim me obrigam e o banho, pois esse tem de ser. 

Já referi que estou afogada em mil coisas...não, não me estou a queixar. Dentro do meu caos de vida que tenho neste momento lá vou (sobre)vivendo. Só preciso de aguentar até ao final do mês (de Junho) e é na boa. 

Já gritei por ajuda?...

...HELP!!!!

Lençois são lavados e toalhas estendidas e lágrimas derramadas. Apercebem-se finalmente que a mudança está para breve, muito breve. Até então todos vivíamos num estado de aparente negação, mas não há como negá-lo, está realmente para breve. Estranham. Mas se soubessem como até para mim será estranho. O que parece ser uma mudança para fugir, nada disso se trata. Trata-se de crescer e dar o passo a seguir. Eu preciso disto. Claro que me assusta o futuro e saber que aquilo que conheci nestes 27 anos de vida, as rotinas e tudo o mais vai mudar. Certamente que não é para pior. Mas todos iremos estranhar, por razões diferentes, mas um estranho bom para todos.

Após conversa com alguém que num futuro próximo está também a pensar dar este passo eu deixo aqui o mesmo conselho que dei. Estipulem uma data, vejam casa, muitas casas que é tarefa morosa. A quem seja como eu e nada tem, vão comprando todos os meses qualquer coisa, porque na hora de mudança vai-se a ver e tudo falta. Espalhem por todos os familiares e amigos o quanto vos faltam coisas e podem ser que tenham mais sorte que nós, como "quem não chora, não mama", não custa nada responder a verdade quando nos perguntam. Se depois dão ou não, não será por falta de lata a fazê-lo certamente. Desfrutem do momento a dois nesta fase, é bom demais!! 

Cansada de que os dias tenham apenas 24 horas...tanta coisa para fazer e tão pouco tempo. 

Já referi, só comigo

Pois há coisas que apenas comigo é que acontecem mesmo. Depois de um almoço apressado nada como ir a conduzir por entre curvas manhosas de vidro aberto e sentir algo, tipo pedrinha, bater na minha porta. Ao bater na minha porta, fez ricochete e acabou a dita pedrinha, imagine-se no meu colo. Mas o problema é que quando olho não é uma pedrinha, mas sim uma abelhona amarela. Sorte a minha que não tenho medo destes bichos, mas ter uma abelha ao colo enquanto se conduz pode tornar-se em algo perigoso, especialmente se ela depois de recuperada da cacetada sair enfurecida. Tento parar e não há como. Sacudo-a, tentando enviá-la para o chão. Sem sucesso e pioro ainda, cai mesmo para o meio das pernas e lá está ela em zona perigosa meia atordoada. Ok, aqui "panico" um pouco face ao imaginário que é levar uma picadela de abelhas nas partes íntimas...já me estava a ver de pernas abertas a deambular pela clínica. Penso rapidamente e depois de praguejar, assobio (dizem que afasta as abelhas), mas assobiar com arame farpado não é fácil. Finalmente encosto e afasto-me do bicho devagar não vá ela sair em fúria. Sacudo-a para fora do carro e do interior das minhas pernas e deixo-a atordoada no meio da estrada. Enfim, há coisas que só mesmo a mim é que me acontecem. Quantas pessoas já terão sido picadas por abelhas em sítios menos simpáticos?!

Obrigada a todos os que estiveram presentes ontem, desculpem-me se não consegui dar a mesma atenção a todos quanto desejaria...

E a propósito, é oficial, temos chave na mão e cheios de vontade e pica de começar a mudança (finalmente) no próximo fim-de-semana sem falta. A quem ofereceu ajuda fuja do país quanto antes que é bem provável que façamos convocatória para "a" mudança.

You know me to well

E uma iluminária linda oferecida pelo meu mais-que-metade já cá canta!!

Porque com as datas de aniversário surgem sempre as dúvidas do costume, perante isto eu apenas digo, falta-nos IMENSA coisa para a casa!

Época de malditos

Quando a energia está no vermelho..."eu não sei" mas só "sei o que vai ser melhor melhor para mim". Sim, esta música dá-me uma energia especial. Aliás eu confesso timidamente que gosto muito do som deles, embora nem conheça muito mas metam-me num concerto deles e a expressão certa é "curtir para caraças".

Vergonhoso?...not

29, shame on me!

Serei apenas eu?

Chego a casa e enterro-me no sofá, vejo que na televisão está a dar futebol, POR-BRA. Segue-se a minha pergunta, "quem joga?" Ao que parece a pergunta mais descabida que poderia fazer. Sim eu não gosto, nem aprecio futebol, quanto muito perco algum tempo quando há Euro ou Mundial com a selecção ainda em jogo, tudo o resto me passa ao lado. Depois de toda a família me deitar um olhar de "ela não está boa", "mas tu não sabes que isto é para a taça de piiiiiiii". Pronto o piiiiiiiiiiii é quando o meu cérebro se desliga perante um assunto de total desinteresse para a minha pessoa. Sempre que ouço futebol e outras coisas na televisão apenas oiço piiiiiii. Mas rapidamente saí-me com uma conclusão brilhante "então era por isso que eles não paravam de falar em Dublin hoje?". Sim que à hora de almoço eu só ouvia "estamos em Dublin e piiiiiiiii e piiiiiiiiiiii e mais piiiiiiiiiiiiii". Sim tenho problemas graves!! Após esta minha conclusão deram-me logo a explicação "quando existem estes campeonatos (eu a fazer esforço) piiiiiiiiiiii são feitos estes piiiiiiiiiiii fora do país de origem piiiiiiii". 
Eu juro que me esforço, juro mesmo mas não consigo, é mais forte que eu!

Quem é que estava a contar e a esperar chuva esta semana?

Eu!! Chove sempre, mas sempre durante esta semana. Eu já sei como é, mesmo com o calorão da última semana o Peter já não me surpreende.

Ia eu fazer um post sobre como está ridiculamente caro comer em Lisboa, face a andar numa busca incessante por um restaurante quando me lembrei da cena de ontem e de como o ultimo post fala também de fome. Portanto não me vou queixar...

Deixo apenas uma música que Amo e que poucos ou quase nenhuns que aqui passam a conhecem...just a tip de boa música brasileira.

Ai, como me recorda o verão passado e Janeiro-de-Cima.

Estereotipando a cidade

Quando se fala em sem-abrigo imaginamos logo o rosto queimado pela tristeza que nos impede de apontar a idade, o olhar triste e perdido, a expressão alucinada, as roupas mal-tratadas e tantos outros estereótipos associados a estas pessoas. Mas, tudo foge ao estereótipo, quando à porta de um Mc Donalds da capital vemos um jovem com bom ar, barba aparada, roupa e mochila com ar de quem ia ou vinha da faculdade. Pelo rosto pouco aparenta mais que os 28 anos, mas o olhar grita de fome. Ele pede à porta que alguém lhe dê algo para comer. Eu comento com Ele, Ele antecede o meu pensamento e levanta-se deixando o seu Sundae a meio e vai oferecer-lhe um menu. Na realidade não é apenas uma refeição, é a sua refeição de aniversário. Teve azar na vida, um grande azar que pelos vistos está prestes a dar a volta por cima. Mas aquele olhar de fome puxa os meus pés, abre-me as pálpebras para a cidade triste que se está a debaixo dos nossos narizes. Logo de seguida, vemos um estereótipo de olhar vago, de cabeça tapada por uma toalha como se isso impedisse de sentir a chuva e até mesmo o frio...é esta a cidade com que estamos a ficar. Uma cidade com olhares de fome, onde até os sem-abrigo já não são apenas os perdidos de espírito, mas os perdidos na vida que poderiam ser confundidos com qualquer um de nós na rua.

Chego a casa e a Oprah está a oferecer viagens à Austrália, se antes achava que só eu tinha azar de também não ganhar uma viagem, hoje, dou graças pelo que tenho!

E agora, ficamos indiferentes perante isto??

Quem não tem saudades das festas de aniversário em criança?

Eu tenho e muitas, e não me refiro apenas das minhas festas, mas também daquelas para que era convidada. 

Havia lá coisa melhor do que a um sábado ou domingo depois de almoço ir até casa de um/a amigo/a e chegar a uma casa onde existe uma mesa carregada de coisas que hoje não têm o mesmo sabor. Recordo-me dos pães de leite com fiambre (sim, que nessa altura não comia com queijo), da gelatina de morango, do pudim, do sumo de laranja Tang, e de tantas outras coisas que nos faziam chegar a casa sem apetite para jantar. E os bolos de aniversário, eram mágicos, não se explicar porquê mas eram realmente mágicos. Depois de se petiscar era hora de ir brincar, ora para a rua, ora em casa para o momento alto das festas de aniversário...o quarto escuro. Como eu gostava desse jogo e de sentir aquela comichão na barriga quando o escuro não nos permitia ver o que procura ou quando éramos nós a procurar. Eram tão engraçados e tranquilos esses momentos.

Conclusão do dia

"Sou demasiado boazinha"...

Hoje estou com a vontade de dar uma chapa nas fuças de alguém e nem quero saber se isto está mal escrito, porque assim como assim "fuças" nem existe no dicionário...se calhar em frente a pessoas más, mesquinhas e afins irá estar. Há pessoas que são muito areia no sapato. 

Mas, what goes around...

Depois de não me ter sido permitido balançar com esta musica no shopping, mal tive hipótese e pretexto lá me balancei.

Já está. Contrato de arrendamento assinado. A entrada na casa essa será tal como queríamos, de forma pacífica durante as próximas semanas, pois a entrada oficial está marcada para Junho, mas se antes disso tivermos tudo estabelecido, arrumado e confortável mandaremos os convites de inauguração. 

Procura-se...

...calorzinho gostoso do Verão! Chega de dias nublados e frescos que me levam a andar sempre de casaco atrás. Quero a real Primavera que me vai preparando para os meses do verão.

À conversa com o meu mais-que-tudo, ele falava-me sobre os troféus que tinha no quarto...depois de falarmos sobre os mesmo e do qual a decisão foi que iriam ser encaixotados e levados connosco. Eis que, fui iluminada, mas não por uma luz boa e quente, falo mesmo de uma luz fluorescente, daquelas que nos deixa com má cara por muita maquilhagem que se ponha...ficamos a parecer uma lula, ou melhor uma alforreca, daquelas esparramadas à beira-mar. Chego à triste conclusão que nunca na vida ganhei um único troféu ou medalha que seja de participação em qualquer desporto...nada, zero, nicles, niente, zero redondo mesmo! E sim, eu já participei em provas, quando andei na natação em miúda...mas essas não quero falar que não correram muito bem. Depois tive as de corta-mato, alguma vantagem haviam de ter as pernas compridas, mas ainda assim sem sucesso algum. Ainda fiz uma ou outra prova de orientação, da qual apenas recordo estar de olho num moçoilo e acabar a prova com as pernas todas arranhadas por me ter espetado directamente dentro das silvas...é o que dá andar distraída. 

Ok, eu não sou muito dada a desporto. Não é algo que me dê muito gozo, mas daí a não ter uma única medalhinha...nem mesmo de comemoração da limpeza anual do pombal da escola preparatória...que triste vida a minha. Sou uma nulidade! Nos últimos anos a prática do desporto é quase ausente, por falta de tempo, mas eu estou decidida a descobrir o desporto que me irá dar uma medalha ou quem sabe mesmo, sendo ambiciosa, um belo troféu de lata para colocar lá dentro...hmmm, não sei, penso nisso depois, primeiro terei que o ganhar. Fogo, sou mesmo uma pessoa triste. Teoricamente, todos teremos jeito para algum desporto. Há sempre algo em casa que os pais mostram orgulhosos dos filhos...que podem os meus pais mostrar dos meus dotes desportivos, nada!

Fazendo a retrospectiva da minha vida desportista...

- na altura da primária, tive a natação, mas sobre isso apenas recordo...recuso-me a falar do que me levou a desistir da natação;

- na preparatória, tive a minha fase para a ginástica, foi uma curta carreira por falta de mais ginastas...mas até tinha jeito para o trampolim. Eu bem que gosto de estar aos pulos em cima da minha cama (ai se a minha mãe sonha). Nesta fase, foi quando experimentei o corta-mato e orientação, sem sucesso algum;

- durante a faculdade ainda fiz ginásio, mas aquilo não é bem a minha cena. Até porque hoje para regressar ao ginásio teria que me pôr em forma primeiro antes de começar, para não andar por lá e as pessoas olharem para mim como se fosse uma "preguiçosa, sedentária". O que durante esse período eu gostei de fazer foi de correr pela manhã, após levar a minha irmã à escola, ir para junto do rio com aquele fresco matinal de ipod nos ouvidos...como tenho pena de já não ter vida para isso;

Desde Portalegre que deixei o ginásio e tenho andado dia para dia para fazer algo, mas como o dia ainda só tem 24h, vou fazendo maratonas no trabalho. Mas isso, não dá troféus. 

Fui investigar na nossa amiga sábia, wikipédia e ver a lista de desportos existentes, são mais que eu sei lá.

- Artes marciais - pois nem pensar, eu conheço-me, ia levar muita porrada ou então de cada vez que atacava ia estar sempre a pedir desculpa o que a partir de certo número de "desculpas" iria enfurecer mais o meu oponente e ia levar um enxerto daqueles.

- Boxe e kickboxing - mais uma vez, não sou de todo a favor da violência, já para não falar que por ordem médica estes são dos que não posso mesmo.

- Capoeira - pensei já neste várias vezes, mas pelas razões erradas, é que adoro as calças deles...fazer o quê, sou uma menina. E diga-se que andar à roda e aos pinotes não é coisa para mim que gosto dos pés bem assentes no chão.

- Corrida - ainda é aquele que requer menos custo e que ainda me diz algo, mas o factor não-obrigação faz com que vá sempre adiando.

- Arremessos e lançamentos (de qualquer espécie) - tendo em conta os meus bracinhos de galinha do aviário e a minha enorme falta de pontaria, afastem-se!

- Desportos colectivos, só mesmo o badminton, agora futebol, basquetebol...e tudo mais acabado em "ol", nem pensar, falta de jeito tremenda. Então para o volei, minha nossa, no que toca a esse desporto tenho cotos em lugar de mãos quando uma bola de volei se dirige a mim...geralmente vem na direcção da testa ou do nariz. Hoje ainda balancei para o hóquei em patins, mas aquilo é capaz de ser demasiado agressivo para mim, e já referi  a minha falta de pontaria e jeito para jogos colectivos face à pressão?! Hmm, talvez ténis. Experimentei uma vez, mas não correu bem, acho que o professor também não ajudava. Alguém que me queria tornar numa croma do desporto, sem sucesso...e sem troféus. Mas ténis tem equipamento giro e gosto do "toc" de quando a bola bate no green (será esta a nomenclatura certa?).

- Desportos motorizados - quem me conhece sabe há quanto tempo ando para perder medo e acima de tudo ganhar vontade em andar de kart, portanto, esta praia não é minha. Seria garantida uma medalha de participação. Mas não é destas que quero!

- Desportos aquáticos - a natação talvez retome um dia, ou uma hidroginástica que sempre é mais calma. Visto que a minha única experiência no bodyboard tenha acabado com a minha mãe vestida dentro de água a impedir que me afogasse...pois é, sou uma nódoa. A única coisa que gostava mesmo, mesmo, mesmo muito de experimentar seria mergulho...já tive uma curta experiência e Amei. Um dia quem sabe...

Todos os restantes desportos que impliquem a minha queda de algo ou subir a algo, nem serão contemplados por mim. Quando Deus criou o Homem fez-lhe dois pés, para eles andarem bem agarradinhos ao chão e nos lembrarem de como a gravidade é uma porreiraça. 

As hipóteses de desporto onde possa ganhar troféus, ou vá, uma medalhita são poucas. Sim porque pensar em fazer yoga ou pilates, certamente que não me darão troféus por conseguir tocar com os dedos nos pés.


NOTA: o ciclismo não foi considerado, pois quando falado disso ao meu mais-que-tudo ele partiu-se a rir na minha cara, uma pessoa tem lá culpa de já se ter esquecido de como andar de bicicleta. Mas um dia, um dia vai engolir essas palavras de escárnio todas quando passar na minha bicicleta com cesto com tulipas brancas a tocar a campainha.

Soube hoje que sexta-feira passada me faleceu pela primeira vez um paciente. Alguém com quem trabalhava três vezes por semana desde Setembro. Se bem que ele tinha 84 anos e estava já há um mês no hospital, eu continuava na esperança de ver o seu sorriso gentil quando o ia buscar à sala de espera. Uns olhos azuis que carregavam uma mágoa imensa, mas nem assim deixavam de sorrir enquanto retirava o chapéu num gesto de "olá" que me dava.

Das ultimas vezes que estivemos juntos, não trabalhámos, estivemos apenas à conversa. Ele estava nessa altura mais do que cansado por estar preso a um corpo que não correspondia em nada com a sua mente. O corpo esse era dependentes de uma cadeira de rodas, a comunicação essa era dependente da paciência de quem o ouvia, ou tentava perceber.

Lembro-me que da primeira vez que apareceu eu morri de medo, pois era até agora o caso mais difícil com que me tinha deparado. Por norma os casos bicudos, eram assim desde a nascença, mas este senhor tinha ficado assim há coisa de um ano. Antigo desportista, sargento da GNR, pai de um filho, avô babado...especialmente do seu neto João, por quem os seus olhos tanto brilhavam...já na reforma amava declamar poesia. Quis o destino que após o AVC ficasse num lar que detestava por não ser o seu lar. Esforçava-se como ninguém, mas por vezes a doença vence, até os mais fortes. Não mais poderei ouvir poemas declamados que me deixavam atónita com o que o cérebro humano faz. Podia não pronunciar as palavras, mas a emoção e a intenção estava toda lá.

Tenho pena e até mesmo saudades, dizem que não nos devemos apegar às pessoas, mas facto é que eu sou uma pessoa a tratar de pessoas. Já tenho saudades da expressão terna que fazia quando lhe dizia que um dia ainda se ia aborrecer comigo pelos exercícios custosos e chatos que lhe pedia...ele ternamente tocava-me no braço, tombava ligeiramente a cabeça e sorria de uma forma como que a agradecer a minha dedicação. Sim, eu gostava deste senhor e tenho pena de tudo que ainda ficou por conhecer do senhor

Até sempre, Sr. José.

Seria feliz com um destes...

OndaMar

BananaMoon

Poko Pano

Phax

Aos meus amigOs que por aqui passam, escusam de agradecer as vistas, não têm de quê.

OndaMar e Banana Moon podem ser encontrados aqui.

Hoje foi dia de ir mostrar o que será o nosso recanto aos meus pais. Todos estes pequeno passos vão tornando cada vez mais próximo o momento de sair e voar. É tão assustador quanto excitante. Só por estar ao lado do melhor dos namorados é que tudo isto faz sentido.

Está quasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!