sábado, agosto 29

Sei que estou a precisar de férias com alguma urgência. Eu sou meia distraída no que toca a queimaduras domésticas mas há dias atingi o máximo. Fazer uns rissois à pressa ao almoço..."Pressa é inimiga da perfeição" nunca mais me esqueço, usar um garfo para tirar os ditos cujos da frigideira...nunca mais me esqueço da escumadeira...e pimbas último rissol cai do garfo abaixo respingando tudo de óleo inclusive a minha pessoa toda. Soltar um palavrão e voar para a cozinha. Lavar rapidamente a cara, retirar rapidamente a blusa toda ela respingada também e passar a tarde a colocar compressas frias na cara para aliviar a dor. Sair do trabalho e encher de bepantene queimaduras. Resultado, além da roupa cheia de óleo dois dias depois consegui ficar com ponta do nariz vermelha (bolha que rebentou), duas bolhas na bochecha, lábio com bolha em cima e em baixo e no meio...parece que fiz botox num sítio manhoso e pronto estou linda, mas pelo menos não acertou nos olhos.

segunda-feira, agosto 17

Diário de uma orca

Sábado foi dia de voltar às origens. Foi dia de ir e voltar até à outra ponta do país, apenas para matar um pouco das saudades, apenas para enfrentar os medos e vencer ansiedades. 
A existência de novas estradas permitiu fazer caminhos bem diferentes dos feitos até então permitindo não estarmos a ver tudo novamente carregado pela dor. Chegados lá foi duro de cada vez que alguém nos recebia ser de olhos rasados em lágrimas...foi duro ter o tio mais velho, irmão do meu pai a fixar-me durante o almoço e a relembrar-me que tenho os olhos do meu pai...foi duro almoçar em frente a um tio que é a cópia do meu pai e ainda por cima em homenagem a ele tinha agora pêra...foi duro ir visitar a casa da minha avó agora reconstruída e o meu pai não a ter chegado a ver. Foi tudo duro, mas o coração quente foi bem maior que a dureza do momento. Foi mais um daqueles momentos em que ele esteve sempre connosco, embora desta feita uma vez mais o queria fisicamente mas até a rádio estava a nosso favor...O balanço final foi positivo, até porque onde quer que o meu pai esteja sei que estará muito orgulhoso de nós termos tido a coragem de ter ido até tão longe quando ele sabe bem o quanto nos custa. Desta feita, já está!
E pronto, foi um sábado a distribuir beijinhos do distrito de Bragança até chegar a Lisboa.

terça-feira, agosto 4

Em conversa hoje com uma amiga, conversa sobre a vida e sobre as expectativas que tínhamos dela ficámos deprimidas. Chegar aos 31 e aperceber que há muita coisa que já gostaria de ter feito, há coisas que esperaria estar a fazer e a perspectiva de fazer outras tantas não é assim tão óbvia. Quando crescemos esperamos atingir determinados objectivos e desejos, mas só em adultos nos apercebemos que não basta sonhar, não basta querer muito...existem muitas coisas se não a maioria que depende de terceiros ou depende de coisas nossas que farão com que tudo demore muito mais. Não é mais a preocupação de uma criança de quando fizer anos queria muito ter a Barbie Hawai, e se no aniversário não a temos sabemos que no dia da criança ou no natal acabará por aparecer. Mas agora os desejos têm outra grandiosidade e outra importância na vida que não nos basta esperar pela próxima oportunidade. Há alturas na vida que temos de aceitar como findos aqueles sonhos, que se já não se poderão concretizar e continuar em frente. Como é óbvio segue-se em frente mas sempre de olho no passado e assim se leva a vida...