Lembro-me como se fosse ontem e embora nos pareça que é desde sempre a verdade é que faz hoje 5 meses que fomos buscar o mais novo e tudo cá em casa mudou.
Depois de nos apaixonarmos pela raça, ainda cada um em sua casa e já na nossa casa ficámos sempre com esta vontade, mas e mais mas e ao final de um ano demos conta que agora seria possível, havia disponibilidade de tempo que anteriormente não tínhamos e lá procurámos e ligámos para vários criadores e marcámos para um sábado a visita a duas ninhadas diferentes na margem sul. A semana que antecedeu esta visita o nosso astral em casa era de uma semana que não passava e estávamos os dois em polvorosa, expectantes com o que iríamos ver, e se não resistíssemos aqueles focinhos e quiséssemos logo trazer um para casa sem ver todos primeiro? E será que nos vamos apaixonar? Será que vamos ver algo de assustador (ouve-se tanta coisa...). Sábado dia 27 de manhã acordámos rapidamente, até ele saltou da cama nessa manhã num instante e continuámos excitadíssimos (só de relembrar volto a sentir aquele rush que sentimos) e lá fomos para o primeiro criador. Depois de seguir gps chegámos e foi ver-nos desorientados com aqueles cabeçudinhos. Pretos, brancos e pretos (piratas), e entre os dois nunca tinhamos chegado à conclusão qual a cor preferida, ele queria um pirata, eu gostava também, mas também gostava dos pretos e também dos beges, gosto de todos na verdade e estava indecisa. E ver aquelas criaturinhas traquinas e fofas e dois apenas mais recolhidos na caminha perante a agitação das duas irmãs que nos pediam mimos e atenção. A nossa vontade, levarmos os quatro, mas isso estava fora de questão. E tendo nós bem definido que queríamos um macho e calminho lá vimos aquele pequenino de ar meio assustado mas ainda assim curioso com um ar docinho. Mas era calminho e isso era importante. Depois de conversarmos bastante e de brincarmos com os babies lá viemos embora dizendo que íamos ao leroy merlin enquanto pensávamos e que ainda diziamos algo. Mentira, íamos à segunda criadora marcada para essa manhã. Entrámos no carro rendidos com aquele cachorrinho calminho, mas tínhamos decidido não nos levar pelos primeiros bebés. Seguimos indicações gps e até hoje continuamos sem dar com a casa nem com a rua, perdemo-nos e mais perdidos decidimos ligar e ligar e até hoje sem retorno de chamada. Eu rapariga que acredito que nada acontece por acaso, coloquei-lhe a questão se não seria um sinal para ficarmos com aquele cachorrinho pelo qual nos apaixonámos?! E sem hesitar lá fomos nós, se estávamos em pulgas de início, neste momento então estávamos quase a ter um avc. Assim que chegámos pegámos logo no nosso pequeno sentimo-lo logo como nosso, mas tudo mudou quando nos disseram que tinha estado meio indisposto e seria bom levá-lo ao veterinário deles só para confirmar que estava tudo bem. Fomos ao vet de coração nas mãos e ficou ainda mais apertado quando nos dizem que o pequeno teria de ficar, pelo menos, aquele dia em observação.

Enquanto tratávamos de toda a documentação tirámos esta primeira foto ao pequeno Pierre, nem o reconhecemos nesta foto, olhinhos de doente sabemos nós. Viemos apenas os dois para casa, numa viagem longa e silenciosa, sentámo-nos no sofá à espera do telefonema que nunca mais chegava e lá nos disseram que poderíamos ir buscá-lo ao final do dia e fomos em pulgas, aos pinotes e sei lá que mais.
E foi assim que o nosso pançudinho invadiu as nossas vidas desde o primeiro dia, doentinho e nós já rendidos. Nessa noite fomos ao aniversário de duas amigas e elas sabem bem como a nossa mente estava noutro sítio, desculpem C e L.
Apresentá-lo aos meus pais foi o máximo, toda a família dele e minha tinha sido sempre contra a termos um cão devido a ficarmos "presos". Quando os meus pais apareceram no Bordel das Pintas para conhecer o Pê, achando que iam ver um móvel ficaram rendidos. Até hoje o Pê é o único cão que pode adormecer no colo de meu pai e saltar para o sofá lá de casa.
Como resistir a este miúdo?
Passaram-se cinco meses que chegou a casa. Algumas maleitas pelo meio. Muita traquinice. Dois pares de chinelos depois temos a certeza que nos apaixonámos pelo mais sossegado, que na realidade estava era doente e temos um cachorrinho super dado e simpático que se dá com as pessoas todas e com todos os cães. É a coqueluche aqui da matilha dos vizinhos e sim estamos completamente apaixonados por este mimalho.
Embora a maioria o conheça agitado e doido, este é o registo dele a maioria das vezes cá em casa, deitado a nosso lado, de preferência em cima de nós, tal como na foto acima a dormir no colo dele e no meu colo enquanto escrevo este post.
O que sei ao final de 5 meses:
- adora colinho e dormir junto a nós
- o seu brinquedo preferido é um osso verde que terá de ser substituído tendo em conta o grau de degradação em que está
- come tudo de boa vontade
- só não gosta do desparasitante interno
- além da sua comida há umas coisinhas que o põem em doideira, banana, bolacha, pêra e pão
- não gosta de fotos e adora meias