O gang das formigas

Enfio a chave na ranhura e observo uma estranha movimentação numa brecha da porta da rua...formigas em carreirinho a entrarem em minha casa. Abro a porta sempre de olho nas malditas e apercebo-me que o ataque organizado das formigas foi iniciado em direcção ao interior de casa. Sigo-as e vejo que o carreiro segue até a zona por baixo do móvel da sala...hmm...que há lá debaixo assim tão docinho? Pois não sei, que não consegui ver. Antes de me iniciar no engomar da roupa para me livrar o quanto antes das formigas que me atravessam a sala vou buscar o repelente de insectos para correr com as malditas. Cuidadosa e simpática como sou, primeiro varro o carreirinho e mando-o pela janela fora para que as espertalhonas possam invadir uma outra zona. Pego no repelente em spray e ponho-me a borrifar na entrada de casa e em cima do carreiro, na sua maioria extinto, mas ainda com algumas formigas a continuar a sua labuta mesmo com a minha intromissão. Spray para aqui e para ali e o chão da sala cheio daquele líquido de cheiro um tanto ou quanto peculiar. Ponho-me já mais tranquila em frente ao ferro e num momento de sede ao dirigir-me à cozinha observo que as malditas também tomaram conta daquela divisão. Toca de pegar no bendito repelente e expele-se aquele líquido por tudo quanto é sítio. Volto ao ferro já meia enfurecida. Claro está que com tanto líquido pelo chão o resultado só poderia ser umas várias ameaças de pernas partidas sempre que me movimento pela casa...foi praga que as formigas sobreviventes me rogaram! Malditas! Volto ao ferro...sim, que o montinho era considerável. Tenho fome, vou ao armário das bolachas e não é que as anormais também se passeiam no seu interior. Desta feita ainda mais irritada enxoto-as para fora do armário e penso em isolar a entrada do mesmo com repelente...só que, é spray e com a cegueira da irritação fico temporariamente e literalmente cega de um dos olhos, pois não reparo na direcção do líquido e vai direitinho ao meu olho. Mais uma vitória das formigas. Malditas! Corro para a casa-de-banho demasiada preocupada em afogar o meu olho em água que nem em pensamento praguejo contra as formigas. Uma formiga sobe-me pelo corpo em jeito de ataque pessoal leva logo uma lambada que termina em morte. Maldita!

Aqui em casa acabei de declarar guerra às formigas!! Acabaram-se as benevolências em colocá-las na rua para não as matar. Agora morrem, o chão esse vai continuar impregnado daquele líquido maravilhoso que creio que já acabou e assim ficará até amanhã para ver se morrem de vez. Isto se não me matar eu primeiro com uma queda aparatosa aqui por casa. Se não der sinais de vida proximamente alguém que venha ver se não estou para aqui caída e devorada por formigas.