quarta-feira, outubro 7

Só podíamos ser mais que metades

E há aquele dia que se tem aquela conversa e se percebe afinal o que se estava a pensar e arrumam-se ideias. Após aquela conversa deixou de haver os "mas" e os "se calhar", deixou de haver suposições e ficaram as certezas do que realmente se pensava.
Arrumada a conversa hoje o dia é mais solarengo e estranhamente vive-se um pouco mais, como naqueles dias de início de primavera em que sabe bem os primeiros raios de sol ao fim de um Inverno rigoroso e nos sentimos vivos novamente. Pela primeira vez desde há uns meses que não me sentia assim, viva, viva e sem remorsos de tentar continuar a vida. Pela primeira vez tive um resquício daquilo que era, embora haja coisas sem retorno e que nunca mais voltam ao antigamente.
Obrigada pela conversa e pelo resquício de sol.

sábado, outubro 3

Pai

Perder-te foi a maior fatalidade que o destino me poderia ter pregado. Não aceito e não aceitarei nunca o que te aconteceu. Vamos vivendo com isto um dia de cada vez. Mas tu fazes falta. Por vezes sinto que respirar não me é possível, porque me faltas tu e o aperto no peito aumenta e a saudade volta a doer. Estas duas últimas semanas reabrir a ferida não foi fácil e acabei por me ver eu própria a tentar não deixar os cacos colados anteriormente desabarem. Resiliência é a palavra de ordem e que gosto de acreditar que me define. Sou resiliente, por mim e por ti.
Obrigada por quase 31 anos sempre presente.

quinta-feira, outubro 1

Há semanas que só queremos fortemente ver chegar ao fim.
Entre uma maior sensibilidade ao mundo e a enorme pressão do trabalho tudo culmina num senhor a sangrar na rua que despoleta aquela dor, a qual estávamos a cicatrizar e que estas últimas duas semanas só tem vindo a abrir mais.
Obrigada tempo que não estás a ajudar...