domingo, setembro 26

Oiço, aconselho e penso melhor sobre o assunto...
...As pessoas por vezes não sabem lidar muito bem com os obstáculos que a vida lhes dá, e há reacções de todo o género, sendo as reacções mais comuns, fechar em casa ou sair diariamente. Eu não sou ninguém e se em tempos me fechei em casa, também tive tempos em que saia quase diariamente. 
Quanto ao fechar em casa eu sou mais prática, não! Porquê não? Porque nem sempre fechar e isolar do mundo é boa ideia. Só se pode fechar em casa caso haja uma grande rede de apoio por trás e isso na maioria dos casos não acontece. Eu devo ser uma sortuda porque em período de ficar em casa havia sempre alguém que ligava, que aparecia que escrevia umas palavras sentidas e que me fazia reagir para a vida...mas nesta situação, mesmo fechada em casa não dá muito jeito fechar para o mundo, pois assim a rede de apoio não pode fazer tudo sozinha...também temos de estar disponíveis e de coração e alma aberto.
Quando saímos bastante, tenho uma opinião muito bem formada...pois também já passei por isso. Após um desgosto a ultima coisa que queria era estar em casa a pensar na vida ou então ter todas as pessoas sempre a perguntar como estamos...em altura dessas o que sabia bem? Sair com este, com aquela, com aquele outro pessoal...de preferência quanto menos íntimos nos forem tanto melhor que assim não precisam de saber de tudo sobre nós e saberem que estamos na fossa. Afinal de contas, o ser humano é a espécie com maior capacidade de camuflar sentimentos, especialmente os depressivos e de tristeza. Em tempos saía, andava esgotada fisicamente, mas a alma essa andava entorpecida por tentar andar pela vida a levitar a não ser eu mesma, estando sempre disponível para todas e mais algumas pessoas que iam aparecendo. Com isto apareceram muitas pessoas com interesses por trás, querendo sempre algo mais do que aquilo que pretendia ou queria dar. Os interesseiros esses, continuo a chamar de antidepressivos, mas ainda assim tal como os químicos que se compram na farmácia, tudo que é demais faz mal e esses amigos antidepressivos não fazem bem a ninguém. Não resolvem os problemas que temos na vida, apenas anestesiam a nossa capacidade de pensar e de ser. Por vezes necessitamos de parar para pensar e ficar em casa, a chorar...a chorar o tempo que for preciso, e olharmos para nós e decidirmos e curarmos as nossas feridas. Sem esperar que este ou aquela amiga nos façam bem ao ego com as suas companhias e nos façam esquecer esporadicamente as mágoas que carregamos. A quem sai de casa com o medo de pensar na vida, eu apenas tenho a dizer que por vezes precisamos mesmo de ficar em casa e de aterrar na realidade que é a nossa vida para assim seguirmos na real da nossa vida, sem cair em armadilhas de terceiros que a ultima coisa que nos querem é fazer-nos felizes. Eu, hoje, sou contra amigos anti-depressivos. A quem neste momento os usa abusivamente nas suas vidas eu preferia bem mais que pegassem no telefone e dissessem a um amigo o quanto estão mal e que precisam de ajuda. Admitir que precisamos de ajuda, é meio caminho andado para sairmos da fossa em que fazemos de conta que não estamos por lá!

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