terça-feira, junho 28

Quem não se recorda da Feira Popular, aquele lugar mítico na nossa infância. Eu cá, era das que adorava ir à noite. Íamos sempre, eu, meus pais e mais uns quantos à noite. Lembro-me que era aquela noite em que eu sabia que iria estar acordada até tarde em divertimento do melhor. Por norma a noite começava com a excitação da compra dos bilhetes na entrada com aqueles bilhetes pequenos de cartão. Após entrar era ver os corredores com tanta cor e agitação. Claro está que nesse corredor havia logo uma paragem para aquele jogo de atirar aquelas bolas brancas (tipo ping-pong) que quando se acertava no buraco com mais pontos havia sempre prémio. Nunca ganhei um peluche daqueles gigantes, mas ganhei harmónicas, leques e tantas outras coisas inúteis mas que no momento me faziam tão feliz. Era altura de escolher o restaurante e por norma acabávamos no mesmo que era de um familiar e portanto sabíamos que não seríamos enganados pelos senhores dos restaurantes que invadiam os corredores a angariar clientes. Era cheiro a sardinha, era cheiro a grelhados misturado com o doce mais no interior da feira. Durante o jantar relembro-me que esse momento parecia que demorava horas a passar e nunca mais chegava a hora da diversão.
Jantar terminado e era altura da diversão, mas vai-se lá saber porquê, por vezes fazia-se desvio pela loja de móveis que estava no interior da feira. Para me silenciarem dessa demora havia sempre um balão na minha mão. Daqueles balões que já não se vêm, daqueles que pareciam metálicos, em forma de golfinho, lagarta e tantas outras coisas. 
Que é feito destes balões?
Era altura das diversões e era ver-me feliz e contente a andar nos carrinhos, na casa dos espelhos, na casa assombrada, na lagarta, e naqueles carroceis onde haviam cavalos, carros, e o meu preferido o carro dos bombeiros onde adorava tocar o sino. E nada como terminar a noite a dar uma volta nos Póneis..hoje que penso nisso, aqueles animais estavam num sofrimento...mas deixemos isso para outro post. Aí pelo meio tantas outras diversões. Enquanto me refastelava com algodão doce e pipocas era ver alguns dos adultos a divertirem-se na montanha russa e naquelas cadeiras voadoras que sempre me aterrorizaram de morte. Numa das ultimas vezes andei mesmo na Passagem do terror de onde sai esbaforida porta fora.
Ontem com um paciente recordámos a Feira Popular e como eu tenho saudades deste lugar. Tenho pena das gerações que não tiveram o prazer da magia da Feira Popular.
Hoje, a pobre coitada ali abandonada...

1 comentário:

S* disse...

Do que me foste lembrar :) que saudades tão doces, desses tempos que não voltam atrás!

Das muitas recordações que guardo, não me esqueço do dia, em que numa barraquinha cheia de peluches e bonecas girissimas, me calhou na rifa um alguidar vermelho. (era o inicio da saga do enxoval) E eu que pensava que os peluches giros calhavam a todas as meninas menos a mim, afinal não era bem assim...:)

Nostalgia da Boa!