sexta-feira, julho 27

Isto de se andar na estrada há sempre coisas a acontecer, geralmente as que nos lembramos são as más. Ontem a regressar a casa depois de uma bela tarde de feriado ao sol vinha tranquila a pensar para com os meus botões que deveria haver um feriado por mês quando uma mota à minha frente trava a fundo. Quando revejo a cena continuo a não ver nada à frente da mota que justifique aquela travagem. Fico a poucos centímetros e restou-me voar para a faixa da direita. Como consequência da travagem perigosa buzino ao tipo da mota e ele tem a pior reacção possível que alguma vez enfrentei na estrada. O anormal ficou à minha frente a travar ainda a gozar com tudo aquilo. Como continuei a reclamar com ele para se deixar de coisas pôs-de um lado para o outro armado em besta, sendo que numa das vezes ainda pontapeou o espelho do lado do condutor. Foi o pânico total. Eu até me considero bem desenvolta com o carro mas perante uma situação destas que fazer? A maioria diz que o devia ter atirado estrada fora. Mas a verdade é que ele não parava de andar de um lado para o outro já com essa bem pensada. Como se não bastasse o anormal usava aquelas bandanas a tapar a boca. Eu já acho esse objecto dos motards assustadores, mas depois de ontem mais ainda acho. Vi e revejo a matrícula a cada som de mota que oiço lá fora. Cheguei a casa com uma crise de pânico e medo como nunca senti na vida. Nunca tive tanto medo na vida de uma pessoa. Nunca me assustei tanto. O grave de toda a situação é que este tipo continua a andar aí. A mim além do medo frustra-me a impotência gigante que senti por não poder fazer nada. 
Em alturas como estas que me apetecia ter um bastão extensível com espigões com lantejoulas cor-de-rosa, assim o anormal quando olhasse para os buracos do corpo ia ver as lantejoulas e lembrasse de mim.
Não desejo a ninguém o que me aconteceu ontem.

Sem comentários: