sábado, julho 10

No momento em que me poderia queixar dos relatórios que tenho pela frente este fim-de-semana, no momento em que me poderia queixar de ainda não ter feito praia mais de 2 horas, no momento em que me poderia queixar da minha vida profissional instável, levo um choque daqueles. Um choque que me cola os pés ao chão e me impede de mover e ver o que há para lá. Vislumbro ao longe uma pedra com a tua foto e toda eu desabo, caem lágrimas, mas a dor maior é no peito e na alma, numa saudade imensa que nunca será superada. Queria ter o poder de recuar o tempo a uns dias antes de 25 de Fevereiro e poder fazer tudo diferente, dizer-te o quanto gosto de ti e que nunca te quero perder. Ver-te fisicamente por baixo daquelas pedras não me dá paz de espírito, mas sim traz-me a uma realidade que eu não queria aceitar como verdade absoluta. Na minha cabeça ainda não sou capaz de desejar que descanses em paz, um acto egoísta em mim quer que voltes para que tudo volte a ser como antes e que tu faças parte da minha vida. Recordações são mais que muitas e das boas, mas chega disso, quero-te a ti, aqui a obrigares-me a comer e a chamares-me de trinca-espinhas. Ver a tua foto naquela pedra transportou-me para momentos em que alguns meses atrás me recusava a ver-te deitado naquela cama de madeira na serenidade absoluta, inerte e ausente a tudo à tua volta. Eu sei que partiste, eu sei que o tempo não volta atrás, eu sei que o tempo ajuda a lidar com as saudades, eu sei que vamos sempre buscar forças para superar tudo isto, eu sei que onde estás não estás em sofrimento...mas na realidade eu queria-te aqui!!! Algo em mim que não me deixa e não quer aceitar que o tempo não volta atrás.

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