quinta-feira, fevereiro 24

Aguardo, espero ansiosamente, o coração acelera e eu desespero por um momento que nunca vai chegar. Aceitar o nunca tem sido o mais difícil. Aceitar que o tempo ajuda com tudo, não, não ajuda, apenas camufla e ensina-nos a lidar melhor com as situações. Mas a realidade é que se passou um ano, maldito ano! Tenho saudades dele, uma saudade profunda e dilacerante que me consome e me retira um pedaço da minha alma. A vida não deveria ser assim, as pessoas boas, deveriam ser quem mais tempo duraria na vida terrena. Estou cansada de balelas, mas há um ano que vivo num estado de negação tamanho. Embora saiba que sim, é real, ele não volta, eu continuo a meter na minha cabeça que apenas não o vejo há muito porque meus horários são demoníacos. Mas demoníacas são estas saudades e as recordações de uma noite que me mudou para sempre. Só eu sei, o que é estar em casa pacificamente a trabalhar e a minha avó bater-me à porta para irmos levar o meu avô ao hospital. Tudo após isso foi um filme de terror em câmara lenta. Os gritos de dor e os escassos minutos de lucidez para nos preparar para a sua partida, as suas palavras de adeus e o desvanecer nos meus braços como se esfumasse. Tentámos mantê-lo por mais uns minutos para que a ajuda chegasse, mas não deu, fomos incapazes de vencer a morte. Os que ficaram, tentam viver um dia de cada vez, mas ele faz falta, era mesmo boa pessoa. Era o meu segundo pai. Tenho saudades de lá ir a casa apenas para uma palavrinha e ficar horas à conversa de tudo e de nada. Tenho saudades!!

1 comentário:

David disse...

"Só" para te deixar um beijo..