À conversa com o meu mais-que-tudo, ele falava-me sobre os troféus que tinha no quarto...depois de falarmos sobre os mesmo e do qual a decisão foi que iriam ser encaixotados e levados connosco. Eis que, fui iluminada, mas não por uma luz boa e quente, falo mesmo de uma luz fluorescente, daquelas que nos deixa com má cara por muita maquilhagem que se ponha...ficamos a parecer uma lula, ou melhor uma alforreca, daquelas esparramadas à beira-mar. Chego à triste conclusão que nunca na vida ganhei um único troféu ou medalha que seja de participação em qualquer desporto...nada, zero, nicles, niente, zero redondo mesmo! E sim, eu já participei em provas, quando andei na natação em miúda...mas essas não quero falar que não correram muito bem. Depois tive as de corta-mato, alguma vantagem haviam de ter as pernas compridas, mas ainda assim sem sucesso algum. Ainda fiz uma ou outra prova de orientação, da qual apenas recordo estar de olho num moçoilo e acabar a prova com as pernas todas arranhadas por me ter espetado directamente dentro das silvas...é o que dá andar distraída. 

Ok, eu não sou muito dada a desporto. Não é algo que me dê muito gozo, mas daí a não ter uma única medalhinha...nem mesmo de comemoração da limpeza anual do pombal da escola preparatória...que triste vida a minha. Sou uma nulidade! Nos últimos anos a prática do desporto é quase ausente, por falta de tempo, mas eu estou decidida a descobrir o desporto que me irá dar uma medalha ou quem sabe mesmo, sendo ambiciosa, um belo troféu de lata para colocar lá dentro...hmmm, não sei, penso nisso depois, primeiro terei que o ganhar. Fogo, sou mesmo uma pessoa triste. Teoricamente, todos teremos jeito para algum desporto. Há sempre algo em casa que os pais mostram orgulhosos dos filhos...que podem os meus pais mostrar dos meus dotes desportivos, nada!

Fazendo a retrospectiva da minha vida desportista...

- na altura da primária, tive a natação, mas sobre isso apenas recordo...recuso-me a falar do que me levou a desistir da natação;

- na preparatória, tive a minha fase para a ginástica, foi uma curta carreira por falta de mais ginastas...mas até tinha jeito para o trampolim. Eu bem que gosto de estar aos pulos em cima da minha cama (ai se a minha mãe sonha). Nesta fase, foi quando experimentei o corta-mato e orientação, sem sucesso algum;

- durante a faculdade ainda fiz ginásio, mas aquilo não é bem a minha cena. Até porque hoje para regressar ao ginásio teria que me pôr em forma primeiro antes de começar, para não andar por lá e as pessoas olharem para mim como se fosse uma "preguiçosa, sedentária". O que durante esse período eu gostei de fazer foi de correr pela manhã, após levar a minha irmã à escola, ir para junto do rio com aquele fresco matinal de ipod nos ouvidos...como tenho pena de já não ter vida para isso;

Desde Portalegre que deixei o ginásio e tenho andado dia para dia para fazer algo, mas como o dia ainda só tem 24h, vou fazendo maratonas no trabalho. Mas isso, não dá troféus. 

Fui investigar na nossa amiga sábia, wikipédia e ver a lista de desportos existentes, são mais que eu sei lá.

- Artes marciais - pois nem pensar, eu conheço-me, ia levar muita porrada ou então de cada vez que atacava ia estar sempre a pedir desculpa o que a partir de certo número de "desculpas" iria enfurecer mais o meu oponente e ia levar um enxerto daqueles.

- Boxe e kickboxing - mais uma vez, não sou de todo a favor da violência, já para não falar que por ordem médica estes são dos que não posso mesmo.

- Capoeira - pensei já neste várias vezes, mas pelas razões erradas, é que adoro as calças deles...fazer o quê, sou uma menina. E diga-se que andar à roda e aos pinotes não é coisa para mim que gosto dos pés bem assentes no chão.

- Corrida - ainda é aquele que requer menos custo e que ainda me diz algo, mas o factor não-obrigação faz com que vá sempre adiando.

- Arremessos e lançamentos (de qualquer espécie) - tendo em conta os meus bracinhos de galinha do aviário e a minha enorme falta de pontaria, afastem-se!

- Desportos colectivos, só mesmo o badminton, agora futebol, basquetebol...e tudo mais acabado em "ol", nem pensar, falta de jeito tremenda. Então para o volei, minha nossa, no que toca a esse desporto tenho cotos em lugar de mãos quando uma bola de volei se dirige a mim...geralmente vem na direcção da testa ou do nariz. Hoje ainda balancei para o hóquei em patins, mas aquilo é capaz de ser demasiado agressivo para mim, e já referi  a minha falta de pontaria e jeito para jogos colectivos face à pressão?! Hmm, talvez ténis. Experimentei uma vez, mas não correu bem, acho que o professor também não ajudava. Alguém que me queria tornar numa croma do desporto, sem sucesso...e sem troféus. Mas ténis tem equipamento giro e gosto do "toc" de quando a bola bate no green (será esta a nomenclatura certa?).

- Desportos motorizados - quem me conhece sabe há quanto tempo ando para perder medo e acima de tudo ganhar vontade em andar de kart, portanto, esta praia não é minha. Seria garantida uma medalha de participação. Mas não é destas que quero!

- Desportos aquáticos - a natação talvez retome um dia, ou uma hidroginástica que sempre é mais calma. Visto que a minha única experiência no bodyboard tenha acabado com a minha mãe vestida dentro de água a impedir que me afogasse...pois é, sou uma nódoa. A única coisa que gostava mesmo, mesmo, mesmo muito de experimentar seria mergulho...já tive uma curta experiência e Amei. Um dia quem sabe...

Todos os restantes desportos que impliquem a minha queda de algo ou subir a algo, nem serão contemplados por mim. Quando Deus criou o Homem fez-lhe dois pés, para eles andarem bem agarradinhos ao chão e nos lembrarem de como a gravidade é uma porreiraça. 

As hipóteses de desporto onde possa ganhar troféus, ou vá, uma medalhita são poucas. Sim porque pensar em fazer yoga ou pilates, certamente que não me darão troféus por conseguir tocar com os dedos nos pés.


NOTA: o ciclismo não foi considerado, pois quando falado disso ao meu mais-que-tudo ele partiu-se a rir na minha cara, uma pessoa tem lá culpa de já se ter esquecido de como andar de bicicleta. Mas um dia, um dia vai engolir essas palavras de escárnio todas quando passar na minha bicicleta com cesto com tulipas brancas a tocar a campainha.