sexta-feira, junho 22

Ontem a caminho da minha aula de hidro, vi algo que ainda hoje revejo graças à minha espectacular memória fotográfica. Junto a uma passadeira um casal, ligeiramente mais velho que eu partilhavam uma ternura como raramente se vê. Ele bem mais alto que ela e ela de cabeça sem vestígios de cabelo. Certamente cancro. Mas o que gostei realmente foi de o ver a abraçar e a sorrir para ela de uma forma tão carinhosa que para ele era claramente indiferente o que cobre o couro capilar da sua mais-que-metade. É tão bom ver coisas assim. Aparentemente pode nada ter de especial, mas para as raparigas o cabelo é algo importante. Lembro-me de quando há dois Verões cortei o meu de às tantas achar que tinha perdido a feminilidade, pode ser bicho da minha cabeça, mas ainda agora hesitando novamente por corte semelhante rapidamente me demovi quando me lembrei disso. Por alguma razão desde pequeninas que somos habituadas a lavar, tratar, escovar e apanhar o cabelo sempre para andarmos bonitas.
E para mim uma mulher sem cabelo devido à doença tem quase o mesmo impacto que uma amputação. Sim, cresce eu sei. Mas durante aquele período a pessoa perdeu um pedaço de si porque foi forçada a isso. E ver a ternura daquele casal foi maravilhoso.
Certamente que não lêem isto, mas caso isso por alguma razão aconteça, parabéns a vocês pelo exemplo. 

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