terça-feira, fevereiro 25

Já lhe perdi os anos, serão 3 ou 4...talvez 4 não sei bem. Nunca tive jeito para contar anos ou meses, mas a verdade é que as coisas vulgares que há na vida não deixam saudades, só as lembranças que doem ou fazem sorrir, porque há gente que fica na história, da história da gente. Eu perdi um dos meus pilares e a verdade é que os sentimentos que sinto hoje são apenas emoções que dão vida à saudade que trago aquelas que tive contigo e acabei por perder. A vida que tínhamos já não volta e as coisas mudaram com esta partida. Aquela cozinha que era o coração de uma família contigo sempre lá sentado a oferecer "uma buchinha", com um "come, deixa-te de coisas, olha-me para esses braços, anda come" naquele tom tão rouco da vida e do pó da arte da calçada. No dia em que partiu juntámo-nos uma vez mais naquele coração daquela casa à espera de um tempo que não mais chegou. Hoje aquela cozinha perdeu a alma, já não tem o quente, já quase não é usada, somente como meio de nutrição e não mais de união. Falta a alma, faltas tu meu querido. Há dias que marcam a alma e a vida da gente e aquele em que tu me deixaste não posso esquecer. Sinto saudades tuas todos os dias em que me lembro de ti. Gostava que estivesses aqui para continuares orgulhoso de mim e continuar a beijar a tua pele áspera.
Preciso de ti, preciso de te ouvir subir as escadas, preciso de ouvir o teu assobiar, preciso de te ver, preciso de teimar contigo, preciso simplesmente que voltes.

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