segunda-feira, agosto 17

Diário de uma orca

Sábado foi dia de voltar às origens. Foi dia de ir e voltar até à outra ponta do país, apenas para matar um pouco das saudades, apenas para enfrentar os medos e vencer ansiedades. 
A existência de novas estradas permitiu fazer caminhos bem diferentes dos feitos até então permitindo não estarmos a ver tudo novamente carregado pela dor. Chegados lá foi duro de cada vez que alguém nos recebia ser de olhos rasados em lágrimas...foi duro ter o tio mais velho, irmão do meu pai a fixar-me durante o almoço e a relembrar-me que tenho os olhos do meu pai...foi duro almoçar em frente a um tio que é a cópia do meu pai e ainda por cima em homenagem a ele tinha agora pêra...foi duro ir visitar a casa da minha avó agora reconstruída e o meu pai não a ter chegado a ver. Foi tudo duro, mas o coração quente foi bem maior que a dureza do momento. Foi mais um daqueles momentos em que ele esteve sempre connosco, embora desta feita uma vez mais o queria fisicamente mas até a rádio estava a nosso favor...O balanço final foi positivo, até porque onde quer que o meu pai esteja sei que estará muito orgulhoso de nós termos tido a coragem de ter ido até tão longe quando ele sabe bem o quanto nos custa. Desta feita, já está!
E pronto, foi um sábado a distribuir beijinhos do distrito de Bragança até chegar a Lisboa.

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